Quando desistir?
Uma meta
interrompida,
Frustração que tange
a alma do andarilho.
A vida
Um caminho, um plano,
um fluxo.
Fui obrigado a
interromper.
Percorri, fui feliz,
vi muitas belezas.
Percorri, cansei,
errei, me machuquei, não vi.
Dói
Um caminho de
alegria, pureza, música e poesia.
Perfeito pra mim?
Um caminho de dor,
sofrimento, estagnação,
E o corpo precisa
fluir, ser livre, se expandir.
Contração.
Não existe caminho
perfeito.
Dúvidas surgem dia a
dia
Dilemas que se
arrastam ao sabor dos ventos,
Quase imperceptíveis
se não fossem as folhas do outono.
Outono aqui,
primavera lá. Terá essa dicotomia me confundido?
Pois enquanto as
folhas caíam por aqui, as flores floresciam acolá.
Será isso bom pra
mim? Deveria continuar?
Simples questões com
respostas intrincadas.
Por insistir em andar
pelo caminho
As bolhas em meus pés
eclodiam,
Os ligamentos e
articulações se deterioravam.
Músculos pesados,
tensos
A alma fraquejava, já
não me doava.
Fui obrigado a
interromper
Parecia não querer,
Frustração que tange
a alma do andarilho.
Cajado de lado, olhei
no sentido contrário,
No horizonte pairava o Leste.
Ele sorriu pra mim,
me atraindo
Tão desconhecido, tão
inesperado
Não estava preparado,
não havia planejado.
Embarquei.
Percorri, fui feliz,
vi muitas belezas.
Percorri, senti
solidão, não vi.
Dói.
Um caminho de
alegria, mistérios, música e poesia.
Perfeito pra mim?
Um caminho solitário,
E o corpo precisa de
conexão, abraço, se expandir.
Contração.
Não existe caminho
perfeito.
Um novo caminho
Um outro caminho
Onde não se sabe do
dia de amanhã,
Onde se parte sem
destino.
Um caminho livre, que
flui.
Um caminho solitário,
quase silencioso,
Se não fosse o
burburinho do futuro.
Um ensaio da vida
Agora, o inverno está
chegando
E eu continuo...
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