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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Rumo ao Leste



   Quando desistir?
Uma meta interrompida,
Frustração que tange a alma do andarilho.
A vida
Um caminho, um plano, um fluxo.
Fui obrigado a interromper.

Percorri, fui feliz, vi muitas belezas.
Percorri, cansei, errei, me machuquei, não vi.
Dói
Um caminho de alegria, pureza, música e poesia.
Perfeito pra mim?
Um caminho de dor, sofrimento, estagnação,
E o corpo precisa fluir, ser livre, se expandir.
Contração.
Não existe caminho perfeito.

Dúvidas surgem dia a dia
Dilemas que se arrastam ao sabor dos ventos,
Quase imperceptíveis se não fossem as folhas do outono.
Outono aqui, primavera lá. Terá essa dicotomia me confundido?
Pois enquanto as folhas caíam por aqui, as flores floresciam acolá.
Será isso bom pra mim? Deveria continuar?
Simples questões com respostas intrincadas.

Por insistir em andar pelo caminho
As bolhas em meus pés eclodiam,
Os ligamentos e articulações se deterioravam.
Músculos pesados, tensos
A alma fraquejava, já não me doava.

Fui obrigado a interromper
Parecia não querer,
Frustração que tange a alma do andarilho.

Cajado de lado, olhei no sentido contrário,
 No horizonte pairava o Leste.
Ele sorriu pra mim, me atraindo
Tão desconhecido, tão inesperado
Não estava preparado, não havia planejado.

Embarquei.

Percorri, fui feliz, vi muitas belezas.
Percorri, senti solidão, não vi.
Dói.
Um caminho de alegria, mistérios, música e poesia. 
Perfeito pra mim?
Um caminho solitário,
E o corpo precisa de conexão, abraço, se expandir.
Contração.
Não existe caminho perfeito.

Um novo caminho
Um outro caminho
Onde não se sabe do dia de amanhã,
Onde se parte sem destino.
Um caminho livre, que flui.
Um caminho solitário, quase silencioso,
Se não fosse o burburinho do futuro.

Um ensaio da vida

Agora, o inverno está chegando
E eu continuo...
Rumo ao Leste.







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